De acordo com a delegada Luciana Pereira, responsável pelas investigações, o gerente de um hotel procurou a Detur e relatou que dois hóspedes baianos de Salvador fizeram pagamentos das diárias e da consumação utilizando diferentes cartões de crédito, de titularidades de outras pessoas.
“Eles pediram que o hotel gerasse um link para o pagamento. O suspeito colocou os dados do cartão e o código de segurança, mas o primeiro cartão foi recusado. Em uma segunda tentativa, de outro cartão, o pagamento foi autorizado, mas o gerente desconfiou e percebeu que os dados não eram das pessoas hospedadas”, explicou a delegada.
A denúncia foi feita pelo hotel à Detur já com os nomes dos suspeitos. “Fizemos pesquisas e percebemos que eles não eram de Sergipe. Entramos em contato com outros hotéis e identificamos que eles já tinham ficado hospedados em outros estabelecimentos, agindo da mesma forma com o pagamento através de links”, complementou Luciana Pereira.
Após troca de informações com a Dipol, os policiais civis da Detur foram até o hotel e localizaram os dois investigados, no momento em que se preparavam para deixar o local e retornar para Salvador. Diversos eletrônicos e cartões foram apreendidos com os investigados no momento da prisão em flagrante.
“Com eles, foram encontrados cinco celulares, diversos cartões de crédito, diversos cartões magnéticos de fechaduras eletrônicas de outros hotéis, máquina de cartão de crédito, notebook, bebidas importadas e roupas de marcas caras, ainda com as etiquetas das lojas. Dos cinco celulares apreendidos, dois possuíam restrição de roubo ou furto”, revelou a delegada Luciana Pereira, responsável pela investigação.
Já na Detur, um dos presos confessou que eles compravam cartões de crédito por grupos de fraudes no WhatsApp. “Eles realizam a tentativa de pagamento com os cartões dessas vítimas que não são nem de Sergipe, nem da Bahia. Então eles foram presos por estelionato, mas estavam com celulares roubados, então também há a conduta de receptação”, detalhou a delegada.
Terceira pessoa envolvida
As investigações da Detur com o apoio da Dipol revelaram que um terceiro homem também ficou hospedado nos três hotéis, junto com os outros dois suspeitos, mas retornou para Salvador, alguns dias antes da prisão. O inquérito policial conduzido pela Detur ainda busca localizá-lo, assim como para encontrar outras pessoas envolvidas nos crimes.
“Foram encontrados indícios da existência de uma associação criminosa, inclusive com a participação de mulheres, especializada em obter cartões de crédito das vítimas e efetuar pagamentos fraudulentos em hotéis, lojas de roupas, lojas de jóias, bares e restaurantes, o que proporciona aos suspeitos uma vida de luxo e ostentação”, relatou Luciana Pereira.
No momento, o terceiro envolvido ainda não foi localizado. “As investigações continuam para chegar a esse terceiro envolvido no crime e para que seja representada a prisão dele”, acrescentou a delegada integrante da Detur, unidade que está à frente das investigações sobre o golpe aplicado contra hotéis de Aracaju.
Investigações seguem em andamento
A delegada Luciana Pereira informou ainda que as investigações seguem em andamento para verificar se os golpes também foram aplicados em outros tipos de estabelecimentos comerciais de Aracaju. “Estamos fazendo levantamentos para ver se bares e restaurantes foram vítimas desses investigados”, reforçou.
Apuração também abrangerá a obtenção dos cartões
Também será alvo da investigação da obtenção fraudulenta de cartões e dados de outras pessoas para a prática de crimes em Sergipe. “O que a gente percebe é que existem grupos especializados na venda desses dados. Então também pedimos que as pessoas façam o bloqueio dos cartões furtados ou roubados”, complementou a delegada.
Disque-Denúncia
Diante da grande quantidade de vítimas, principalmente de outros estados, as investigações prosseguirão para que mais vítimas sejam identificadas, contabilizar os prejuízos e identificar outras pessoas envolvidas nas fraudes. Informações e denúncias podem ser repassadas à polícia por meio do Disque-Denúncia, no telefone 181. O sigilo do denunciante é garantido.
Fonte: PMSE
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